sábado, 25 de setembro de 2010


Certezas.



Não quero alguém que morra de amor por mim...Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...E que esse momento será inesquecível...Só quero que meu sentimento seja valorizado.Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
 


O quase


Ainda pior que a convicção de um não e a incerteza de um talvez, é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi.Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.Basta pensar nas oportunidades que escapam pelos dedos, nas chances que se perderam por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto contesto.A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença do "Bom dia", quase que sussurrados.Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez estes fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.Pro erros há perdão; pro fracassos, chances; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo e indolor não é romance.Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais tempo realizando do que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, que quase vive já morreu.



Luiz Fernando Veríssimo